O registro diário do pôr do sol nas cruzes pontilhadas de Acalpixca e Atlapulco em Xochimilco, Cidade do México
DOI:
https://doi.org/10.24215/26840162e017Palavras-chave:
observação a olho nu, pôr do sol, Vulcão Ajusco, Cerro San Miguel, cruzes pontilhadasResumo
Aqui apresentamos uma análise das Cruzes Pontilhadas a partir de uma perspectiva baseada na observação a olho nu do pôr do sol, a partir do centro dos desenhos cruciformes, e da descida do sol em colinas proeminentes, já detectadas em outros estudos na Bacia do México, que foram usadas para registrar datas calendárias, como é o caso do sítio pré-clássico de Cuicuilco e do sítio pós-clássico de Tenochtitlán. A oeste da Cidade do México, a colina de San Miguel e o vulcão Ajusco, pertencentes à Sierra de las Cruces, eram cerros importantes que faziam parte da cosmovisão indígena, com relevância comparável à dos vulcões orientais Popocatepetl e Iztaccihuatl. Neles eram realizados importantes ritos de petição por chuva e fertilidade, e até hoje são cenários dessas práticas católicas sincréticas das cruzes de madeira visitadas no dia da Santa Cruz e em outras datas pelas pessoas que vivem perto desses locais.
O estudo começou com a contagem dos orifícios das cruzes pontilhadas para verificar se tinham valor calendárico, posicionados nas cruzes e nas pirâmides, foram observados os pores-do-sol, registrando-se as datas em que o sol desceu em pontos relevantes, os azimutes de seus eixos também foram medidos com uma bússola e a altura de seus horizontes para onde suas linhas estão direcionadas com um cliômetro; no caso das estruturas piramidais, o teodolito foi usado para medir suas orientações, obtendo-se resultados interessantes.
O que descobrimos é que em uma das cruzes ACA 2 os pontos contidos em seu desenho somam 253, um número muito próximo da contagem do calendário ritual de 260 dias, e que os eixos das cruzes marcam duplamente a data do trânsito zenital, as datas do horizonte de Cuicuilco e do alinhamento ao pôr do sol do Grande Templo de Tenochtitlán. Detectamos uma sequência de dias muito relevante que nos leva a crer que as posições do Sol vistas a partir das cruzes pontilhadas foram usadas para localizar os pontos no território onde as pirâmides deveriam ser construídas, com base no pôr do sol de determinados dias, de acordo com uma sequência diária previamente observada. Reutilizando como pontos de observação as cruzes pontilhadas localizadas na área montanhosa de Acalpixca e Atlapulco, para orientar as estruturas piramidais nos sítios pós-clássicos (Barrio del Huacal e Barrio de Tenezcalco). Essa proposta é diferente da de Aveni, que mede a orientação dos eixos das cruzes e vê que os azimutes do petróglifo coincidem com os graus de desvio do traçado urbano de Teotihuacán e acredita que os desenhos cruciformes foram usados para orientar a cidade.
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