Construindo o sentido conceitual em música

Dimensões imaginativas e descrições linguísticas

Autores

  • Marcos Nogueira Escola de Música - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.21932/epistemus.6.6118.2

Palavras-chave:

sentido musical, semântica incorporada, enacionismo, resposta de orientação, imaginação

Resumo

A contribuição teórica e metodológica das chamadas ciências cognitivas incorporadas foi absorvida pela pesquisa musicológica na década de 1990. Ao longo dos 20 anos de desenvolvimento de um enacionismo musical, vários pesquisadores têm enfrentado o desafio de superar o modelo representacional da tradição acadêmica para explicar o que acontece com a mente quando interagimos com música de forma criativa. Este artigo discute a validade da hipótese de que o foco atencional do ouvinte regula suas descrições linguísticas de seu entendimento musical. No processo de produção de sentido, o ouvinte enfatiza uma ou outra das dimensões imaginativas que este estudo reconhece como categorização de movimentos, a produção de imagens formais e o estabelecimento de predicados simbólicos. Além disso, argumento que os eventos que causam uma orientação significativa da atenção acionam um dispositivo cognitivo chamado resposta de orientação, que regula o foco atencional do ouvinte. Antes disso, o desenvolvimento de um modelo estritamente enacionista para investigar os modos de conceituar o entendimento musical expresso nas descrições linguísticas dos ouvintes oferece um acesso sem precedentes a um caminho de volta que vai do conceito para os sentidos (na maior parte inconsciente) que ainda não são conceitos. Estes são os sentidos com os quais inventamos nossos mundos musicais antes de conceituar o mundo musicalmente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Marcos Nogueira, Escola de Música - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Brasil

Doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ (2004), tendo defendido tese intitulada O ato da escuta e a semântica do entendimento musical, Mestre em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO (1996) e Bacharel em Composição Musical pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ (1990). É Professor do Departamento de Composição da Escola de Música da UFRJ e docente do Programa de Pós-Graduação em Música da mesma instituição, na qual desenvolve projetos intitulados A poética da mente musical: Semântica cognitiva e processos criativos, e Performance musical: Aspectos cognitivos e pedagógicos. Pesquisador atuante nas subáreas de Composição Musical, Cognição Musical e Teoria da Música, a partir do que vem publicando trabalhos em torno do viés da pesquisa cognitiva em Música. Foi membro das diretorias da Associação Brasileira de Cognição e Artes Musicais, ABCM (2008-2011) e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, ANPPOM (2011-2013). Atua regularmente, desde 1987, como compositor, regente e instrumentista com participações em festivais e mostras variadas de música acadêmica contemporânea.

Referências

Atchley, P.; Kramer, A. F.; y Hillstrom, A. P. (2000). Contingent capture for onsets and off-Sets: Attentional set for perceptual transients. Journal of Experimental Psychology: Human Perception & Performance, 26, 594–606.

Barry, R. J. (1979). A aactor-analytic examination of the unitary OR concept. Biological Psychology, 8(3), 161–178.

Barry, R. J., MacDonald, B., y Rushby, J. A. (2011). Single-trial event-related potentials and the orienting reflex to monaural tones. International Journal of Psychophysiology, 79 (2), 127–136.

Bregman, A. S. (1990). Auditory scene analysis: The perceptual organization of sound. Cambridge, MA: MIT Press.

Bregman, A. S. (1991). Using brief glimpses to decompose mixtures. En J. Sundberg; L. Nord y R. Carleson (Eds.), Music, language, speech and brain (pp. 284–293). London: Macmillan.

Brignani, D., Lepsien, J., y Nobre, A. (2010). Purely endogenous capture of attention by task-defining features proceeds independently from spatial attention. NeuroImage, 51(2), 859–866.

Desimone, R. y Duncan, J. (1995). Neural mechanisms of selective visual attention. Annual Review of Neuroscience, 18, 193–222.

Duncan, J. y Humphreys, G. (1989). Visual search and stimulus similarity. Psychological Review, 96, 433–458.

Eimer, M. (2014). The neural basis of attentional control in visual search. Trends in Cognitive Sciences, 18(10), 526–35.

Folk, C. L. y Remington, R. (1999). Can new objects override attentional control settings? Perception & Psychophysics, 61, 727–739.

Gibson. J. J. (1977). The theory of affordances. En R. Shaw y J. Bransford (Eds.), Perceiving, acting, and knowing: Towards an ecological psychology (pp. 67–82). New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates.

Gibson, J. J. (1979). The ecological approach to visual perception. Boston: Houghton Mifflin.

Huron, D. (2006). Sweet anticipation: Music and the psychology of expectation. Cambridge, MA: MIT Press.

Johnson, M. (1987). The body in the mind: The bodily basis of meaning, imagination, and reason. Chicago: University of Chicago Press.

Lakoff, G. (1987). Women, fire, and dangerous things: What categories reveal about the mind. Chicago and London: University of Chicago Press.

Lakoff, G. y Johnson, M. (1980). Metaphors we live by. Chicago and London: University of Chicago Press.

Luck, S. y Vecera, S. (2002). Attention. En H. Pashler. Stevens’ handbook of experimental psychology, 3rd Ed., (pp.235–286). New York: John Wiley & Sons, Inc.

McAdams, S. y Drake, C. (2002). Auditory perception and cognition. En H Pashler y S. Yantis (Eds.) Stevens’ handbook of experimental psychology (3rd ed, pp. 397–452). Hoboken, NJ: Wiley.

Meyer, L. B. (1956). Emotion and meaning in music. Chicago: University of Chicago Press.

Nogueira, M. (2004). O ato da escuta e a semântica do entendimento musical. Tesis doctoral inédita. Communication School/Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Nogueira, M. (2016a). Resposta de orientação musical: Uma hipótese para a origem do dispositivo de Sentido. Música Hodie, 16(1), 54–70.

Nogueira, M. (2016b). O sentido do inesperado: Resposta de orientação em música. Proceedings of the XII Simpósio Internacional de Cognição e Artes Musicais (pp. 587–595). Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil.

Pavlov, I. (1927). Conditioned reflexes: An investigation of the physiological activity of the cerebral cortex. (Translated and edited by G. V. Anrep). London: Oxford University Press.

Reisenzein, R., Meyer, W. U., y Schützwohl, A. (1996). Reactions to surprising events: A paradigm for emotion research. En N. Frijda (Ed.), Proceedings of the 9th Conference of the International Society for Research on Emotions (pp. 292–296). Toronto: ISRE.

Reisenzein, R., Meyer, W.U., y Niepel, M. (2012). Surprise. En V. S. Ramachandran (Ed.), The encyclopedia of human behavior, 2nd Ed., vol. 3, (pp. 564–570) Amsterdam: Elsevier.

Sechenov, I. (1863/1965). Reflexes of the brain. Cambridge, Mass.: The MIT Press.

Sokolov, E. N. (1960). Neuronal models and the orienting reflex. En M. A. B. Brazier (ed.), The central nervous system and behavior (pp. 187–276). New York: Josiah Macy, Jr. Foundation.

Sokolov, E. N. (1963). Perception and the conditioned reflex. Oxford: Pergamon Press.

Theeuwes, J. y Chen, C.Y.D. (2005). Attentional capture and inhibition (of return): The effect on perceptual sensitivity. Perception & Psychophysics, 67(8), 1305–1312.

Vachon, F., Labonté, K., y Marsh, J. E. (2017). Attentional capture by deviant sounds: A noncontingent form of auditory distraction? Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition, 43(4), 622–634.

Yantis, S. (2000). Goal-directed and stimulus-driven determinants of attentional control. En S. Monsell & J. Driver (Eds.), Attention and performance: Vol. 18, Control of cognitive processes (pp. 73–103). Cambridge: MIT Press.

Yantis, S. y Egeth, H. E. (1999). On the distinction between visual salience and stimulus-driven attentional capture.
Journal of Experimental Psychology: Human Perception & Performance, 25, 661–676.

Publicado

2018-12-19

Como Citar

Nogueira, M. (2018). Construindo o sentido conceitual em música: Dimensões imaginativas e descrições linguísticas. Epistemus. Revista De Estudos Em Música, Cognição E Cultura, 6(2). https://doi.org/10.21932/epistemus.6.6118.2

Edição

Seção

Traducciones