Análise da estrutura genética da região de Traslasierra a partir de inserções Alu

Resumo

A diversidade genética das populações humanas na Argentina central é o resultado de um processo de movimentos migratórios e miscigenação, resultado de cinco séculos de contato entre nativos americanos e migrantes, principalmente da Europa, Oriente Médio e África. Esses eventos histórico-demográficos não foram homogêneos, mas diferiram de acordo com as condições ambientais, econômicas e políticas de cada sub-região. Neste trabalho, estudamos a estrutura genética do Valle de Traslasierra a partir da análise de 8 inserções Alu (PV92, F13B, APO, TPA25, ACE, A25, B65 e D1). O objetivo é contribuir para o conhecimento de sua história evolutiva recente, principalmente em relação aos padrões migratórios e a possível existência de consanguinidade, utilizando metodologias da Antropologia Genética. A amostra investigada incluiu 97 indivíduos de várias localidades, na sua maioria rurais, e subdividiu-se em três subamostras, de acordo com a orientação norte-sul do vale. Os resultados revelaram a ausência de diferenciação entre subamostras e um déficit significativo de heterozigotos em 7 dos 8 marcadores usados. Os índices de endogamia local (FIS) e total (FIT), que medem o aumento da homozigose devido a acasalamentos consanguíneos, mostram valores positivos e estatisticamente significativos, tanto na população total como em cada uma das subpopulações. Estes resultados, obtidos a partir de polimorfismos genéticos, confirmam a existência de consanguinidade previamente estimada indiretamente a partir de isonimia, distâncias conjugais e outros estimadores biodemográficos.