Desejo, confissão, autodissecção: pontos problemáticos em torno da subjetivação dividual nas redes sociais.
DOI:
https://doi.org/10.24215/23143924e083Palavras-chave:
plataformas, poder, subjetividade, servidão, sujeiçãoResumo
O artigo aborda o processo de plataformização da sociedade contemporânea a partir de uma perspetiva subjectiva. Esta abordagem segue as linhas propostas em torno da governamentalidade algorítmica, em que um tipo de poder ‘diagramático’ está associado a ‘des-subjectivações’, enquanto um poder ‘pastoral’ está ligado a ‘hiper-subjectivações’. O artigo cruza estes dois pólos subjectivos antagónicos através da utilização do conceito de ‘dividual’, ao iluminar conteúdos e processos relacionados com a ‘servidão maquínica’ e a ‘sujeição social’, que correspondem à ‘des’ e à ‘hiper’ subjetivação, respetivamente. Este cruzamento é possível graças a duas noções-chave do ‘dividual’, nomeadamente o desejo e a comunicação confessional, tal como propostas pelo filósofo Gerald Raunig. Este exercício concetual assenta numa investigação teórica que visa estabelecer as determinações dos modos de subjetivação ‘dividual’ típicos das plataformas, tomando como corpus uma bibliografia referente às redes sociais. Com base nisso, o artigo propõe considerá-las como dispositivos de subjetivação, na medida em que interpelam um desejo de participação na digitalidade modulável como comunicações confessionais, o que acarreta a produção de esquemas de autodissecção e autoviolência, novamente segundo a leitura nietzschiana de Raunig. Este facto inscreve a nossa proposta nas discussões em torno do tipo de sofrimento social associado ao processo de plataformização, perante o qual propomos esta nova linha de consideração.
Referências
Bruno, F. (2013). Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Sulina.
Bruno, F., y Rodríguez, P. M. (2021). The Dividual: Digital Practices and Biotechnologies. Theory, Culture & Society, 39(3), 27-50. https://doi.org/10.1177/02632764211029356
Caputo, M. (2024). La dimensión ideológica y subjetiva de la plataformización de la vida social. Pléyade. Revista de Humanidades y Ciencias Sociales, 32 (enero), 181-203. https://www.revistapleyade.cl/index.php/OJS/article/view/411.
Deleuze, G. (1991). Posdata sobre las sociedades de control. En C. Ferrer (comp.), El lenguaje literario (pp. 115-1212). Nordan.
Deleuze, G. y Guattari, F. (1973). El antiedipo. Capitalismo y esquizofrenia (Trad. F. Monje). Barral Editores. (Trabajo original publicado en 1972)
Deleuze, G. y Guattari, F. (2020). Mil mesetas. Capitalismo y esquizofrenia (Trad. J. Vázquez Pérez). Pre-textos. (Trabajo original publicado en 1988)
Espósito, R. (2011). El dispositivo de la persona (Trad. H. Cardoso). Amorrortu. (Trabajo original publicado en 2011)
Foucault, M. (1988). El sujeto y el poder. Revista Mexicana de Sociología, 50(3), 3–20. https://doi.org/10.2307/3540551
Foucault, M. (2014). Del gobierno de los vivos: curso en el Collège de France 1979-1980) (Trad. H. Pons). Fondo de Cultura Económica. (Trabajo original publicado en 2012)
Foucault, M. (2014). Obrar mal, decir la verdad: función de la confesión en la justicia. Curso de Lovaina 1981 (Trad. H. Pons). Siglo XXI Editores. (Trabajo original publicado en 2012)
Foucault, M. (2020). Historia de la sexualidad 1. La voluntad de saber (Trad. U. Guiñazu). Siglo XXI Editores. (Trabajo original publicado en 1976)
Lazzarato, M. (2014). Signs and Machines. Capitalism and the Production of Subjectivity. Semiotext(e).
Nietzsche, F. (2001). Humano, demasiado humano. Un libro para espíritus libres, volumen 1 (Trad. A. Brotons Muñoz). Akal. (Trabajo original publicado en 1878)
Nietzsche, F. (2016). La genealogía de la moral: un escrito polémico (Trad. A. Sánchez Pascual). Alianza. (Trabajo original publicado en 1887)
Poell, T., Nieborg, D. y van Dijck, J. (2019). Platformisation. Internet Policy Review, 8(4). https://doi.org/10.14763/2019.4.1425
Raunig, G. (2022). Dividuum. Capitalismo maquínico y revolución molecular. Cactus.
Rodríguez, P. (2018). Gubernamentalidad algorítmica. Sobre las formas de subjetivación en la sociedad de los metadatos. Revista Barda, (6).
Rodríguez, P. (2019). Las palabras en las cosas. Saber, poder y subjetivación entre algoritmos y biomoléculas. Cactus.
Rossi, L. S. (2018). Agenciamientos en las sociedades de control. Revista CUHSO, 28(1), 177–206. https://doi.org/10.7770/cuhso-v28n1-art1426
Rouvroy, A. y Berns, T. (2016). Gubernamentalidad algorítmica y perspectivas de emancipación ¿La disparidad como condición de individuación a través de la relación? Adenda Filosófica, (22). https://doi.org/10.62174/avatares.2021.6624
Sibilia, P. (2017). La intimidad como espectáculo. Fondo de Cultura Económica.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

















