Os laboratórios de psicologia no Brasil em perspectiva descolonial: o caso de Manoel Bomfim
DOI:
https://doi.org/10.24215/2422572Xe148Palavras-chave:
decolonialidade, história da psicologia, laboratórios, historiografiaResumo
O trabalho tem como objetivo estimular uma reflexão sobre as narrativas descoloniais no campo da história da psicologia, buscando descrições locais singulares, distantes de modelos narrativos genéricos na compreensão dos desdobramentos deste saber. Mais especificamente, exploraremos o caso do laboratório de psicologia experimental instalado no Pedagogium sob orientação de Manoel Bomfim, no Rio de Janeiro, para cumprir o objetivo proposto. Para tal, além das ferramentas dos estudos de laboratório, é crucial entender a produção dos laboratórios a partir de redes locais, tal como indicado pela Teoria Ator-Rede e a Epistemologia política. A partir dessa dupla referência, propomos questões distintas da historiografia tradicional quanto ao surgimento dos laboratórios de psicologia: é crucial perguntar pelo levantamento de seus personagens, das suas funções e do seu perfil institucional. A discussão do presente artigo se centrará na inadequação da compreensão tradicional do tema, focando nas diferenças entre como narrativas coloniais e descoloniais concebem a relação entre o material de arquivo e matrizes de inteligibilidade, e nas consequências historiográficas e metodológicas dessa relação.
Downloads
Métricas
Referências
Alvarenga Fonseca (1899). Collecção de leis municipaes e vetos de 1898. Typ. Do Jornal do Commercio, de Rodrigues & Comp.
Antunes, M. A. M. (2004). História da psicologia no Brasil: Primeiros ensaios. EdUERJ.
Antunes, M. A. M. (2012). A psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição (5ta ed.). Educ.
Bomfim, M. (1904). O facto psychico. Objecto da psychologia. Laemmert & C.
Bomfim, M. (1923). Pensar e dizer. Estudo do symbolo no pensamento e na linguagem. Casa Electros.
Bomfim, M. (1928). Noções de psychologia (4ta ed.). Livraria Francisco Alves.
Boring, E. G. (1950). A History of experimental psychology. Appleton–Century–Crofts.
Brock, A. (2006). Introduction. En A. Brock (Ed.), Internationalizing the history of psychology (pp. 1-15). New York University Press.
Centofanti, R. (1982). Radecki e a psicologia no Brasil. Psicologia: Ciência e Profissão, 3(1), 2-50.
Centofanti, R. (2006). Os laboratórios de psicologia nas escolas normais de São Paulo: o despertar da psicometria. Psicologia da Educação, 22, 31-52.
Centofanti, R. y Tomasini, M. B. (2014). O livro dos cem anos do Laboratório de Psicologia Experimental da Escola Normal Secundária de São Paulo; 1914-2014. Rogério Centofanti.
Claparède, E. (1940). Psicologia da criança e pedagogia experimental: introdução, histórico, problemas, métodos, desenvolvimento mental (2da ed.). Livraria Francisco Alves.
Costa, A. L. (1924). Assistencia as creanças anormaes (sob o ponto de vista psychico). These apresentada a Faculdade de Medicina da Bahia. Livraria e Typ. do Commercio.
Danziger, K. (1994). Does the history of psychology have a future? Theory & Psychology, 4(4), 467-484.
Danziger, K. (2018). Nombrar la mente. Facultad de Psicología de la UNC.
Despret, V. (1999). Ces émotions que nous fabriquent. Etnopsychologie de l’authenticité. Synthélabo.
Despret, V. (2004). Le cheval qui savait compter. Les Empecheurs de Penser en Ronde.
Escola Normal Secundária de São Paulo (1914). O laboratório de pedagogia experimental. Typ. Siqueira, Nagel & Comp.
Farias Brito, R. (1912). A base physica do espirito: historia summaria do problema da mentalidade como preparação para o estudo da philosophia do espirito. Livraria Francisco Alves.
Ferreira, A. A. L. (2012). Jamás hemos sido ingenuos (O dócil sí, pero ingenuo jamás): un estudio sobre la constitución del sujeto ingenuo en los laboratorios psicológicos. En F. T. Serrano y D. L. Gómez (Eds.), Teoría del Actor-Red: más allá de los estudios de ciencia y tecnología (pp. 283-300). Amentia Editorial.
Gallegos, M. (2018). La institucionalización del saber psicológico en América Latina (1900-1940): un estudio comparado de sus condiciones intra y extra disciplinarias [Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais].
Geuter, U. (1983). The uses of history for the shaping of a field. Em Graham L., Lepenies, W. e Weingart, P. (Eds.), Functions and uses of disciplinary histories (pp. 191-228). Reidl Publishing Company.
Gondra, J. G. (2000). A sementeira do porvir: higiene e infância no século XIX. Educação e Pesquisa, 26(1), 99-117.
Instrução municipal (1902, 25 de novembro). Correio da Manha, 2.
Knorr-Cetina, K. D. (1981). The manufacture of knowledge. An essay on the constructivist and contextual nature of science. Pergamon Press.
Kuhlmann Jr., M. (2013). O Pedagogium: sua criação e finalidades. Em A. C. V. Mignot (Org.), Pedagogium: símbolo da modernidade educacional republicana (pp. 25-42). FAPERJ.
Latour, B. (1996). Pasteur e Pouchet: Heterogênese da história das ciências. Em M. Serres (Ed.), Elementos para uma história das ciências (pp. 49-76). Terramar.
Latour, B. (1999). Pandora's hope. Essays on the reality of science studies. Harvard University Press.
Latour, B. y Wooglar, S. (1979). Laboratory life. Princeton University Press.
Law, J. (2004). After method. Routledge.
Levantando as cortinas da sciencia experimental da alma (1932, 12 de maio). Correio da Manhã, 3.
Lynch, M. (1993). Scientific practice and ordinary action: Ethnomethodology and social studies of science. Cambridge University Press.
Magalhães, B. (1913). Tratamento e educação das creanças anormaes de intelligencia. Typ. do Jornal do Commercio de Rodrigues & C.
Medeiros e Albuquerque, J. J. C. C. (1933). Minha vida. Da infância à mocidade (2da ed.). Calvino Filho.
Monarcha, C. (2007). Sobre Clemente Quaglio (1872-1948): notas de pesquisa Patrono da Cadeira nº 31 "Clemente Quaglio". Boletim Academia Paulista de Psicologia, 27(2), 25-34.
Moncorvo Filho, C. A. (1926). Historico da protecção á infancia no Brasil 1500-1922 (2da ed.). Empreza Graphica Editora Paulo, Pongetti & Cia.
Nizynska, E. (1917). “TESTS” sobre typos de memória e capacidade de attenção. Revista Escola Primária.
Notas bibliographicas. (1904, 13 de agosto). O Paiz, 3.
O'Donnell, J. M. (1979). The crisis of experimentalism in the 1920s: E. G. Boring and his uses of history. American Psychologist, 34, 289-295.
O Dr. Barbosa Lima. (1903, 31 de dezembro). A Noticia, 2.
Olinto, P. (2012). A psicologia experimental no Brasil. Em M. A. M. Antunes (Org.), História da psicologia no Brasil: Primeiros ensaios (pp. 25-31). EdUERJ.
Pickren, W. E. (2012). Water of March (Águas de Março): circulating knowledge, transforming psychological science and practice. Em E. Lourenço, R. M. De Assis y R. H. de F. Campos. História da psicologia e contexto sociocultural – pesquisas contemporâneas, novas abordagens (pp. 17-46). Editora PUC Minas.
Pièron, H. (1966). Dicionário de psicologia. Editora Globo.
Pinheiral, R. (2011). Pedagogium. Em A. M. Jacó-Vilela (Org.), Dicionário histórico de instituições de psicologia no Brasil (pp. 375-376). Imago.
Portugal, F. T. (2010). Psicologia e história no pensamento social de Manoel Bomfim. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 10(2), 596-612.
Quaglio, C. (1942). O espiritismo não é ciência. Solução do magno problema dos espíritos. Centro Brasileiro de Alta Cultura Filosófica.
Rosa, H. L. R. S. da. (2016). Psicologia experimental e educação no Brasil: do despontar dos discursos científicos aos laboratórios e práticas de exame psicológico nas escolas brasileiras [Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro].
Roxo, H. (1900). Duração dos actos psychicos elementares nos alienados. These apresentada a Faculdade de Medicina e de Pharmacia do Rio de Janeiro. Companhia Typographica do Brazil.
Roxo, H. (1921). Manual de psiquiatria. Livraria Francisco Alves.
Santos, M. V. A. G. y Ferreira, A. A. L. (2022). A importância das narrativas descoloniais: o caso da psicologia do trabalho no Rio de Janeiro [Manuscrito não publicado].
Stengers, I. (1989). Quem tem medo da ciência? Siciliano.
Stengers, I. (1992). La volonté de faire science. Les Empêcheurs de Penser em Ronde.
Um curso de psychologia experimental. (1916, 02 de maio). A Notícia, 2.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Hugo Leonardo Rocha Silva da Rosa, Arthur Arruda Leal Ferreira
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam neste periódico aceitam as seguintes condições:
- Autores mantém os direitos autorais e atribuir o direito de primeira publicação para a revista, com a obra registrada sob uma Licença de atribuição Creative Commons (CC-BY) , que permite que terceiros usem o que é publicado sempre que mencionarem a autoria do trabalho e a primeira publicação desta revista.
- Os autores podem fazer outros acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não-exclusiva do artigo publicado na revista ESTA (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro), enquanto eles indicou claramente que o trabalho foi publicado pela primeira vez nesta revista.
- Autores são permitidos e encorajados a publicar seus trabalhos na Internet (por exemplo, em páginas institucionais ou individuais) antes e durante o processo de revisão e publicação, pois pode gerar alterações produtivas e maior e mais rápida difusão do trabalho publicado (ver The Effect of Open Access).