Rumo a uma IA decolonial: Marcos alternativos, resistências e propostas. Um estado da questão

Un estado de la cuestión

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24215/23143924e106

Palavras-chave:

colonialismo em IA, IA decolonial, quadros éticos alternativos, ontologias relacionais, epistemologias de resistência

Resumo

O artigo apresenta um estado da questão acerca das vias propostas para alcançar uma IA decolonial, contrária às bases estruturais coloniais e capitalistas herdadas do colonialismo histórico. Para tanto, adota-se uma metodologia qualitativa pautada na análise temática de textos, com ênfase na classificação de padrões, categorias, subcategorias e conceitos. O padrão identificado indica a existência de uma continuidade em relação ao colonialismo histórico, na qual a IA se configura como uma tecnologia que mantém e reforça essa condição. Tal configuração reproduz desigualdades históricas vivenciadas por comunidades indígenas e marginalizadas. Em face disso, a IA deve opor-se a esse arranjo por meio de uma IA decolonial. Para que o padrão se consolide, todos os textos analisados devem sustentá-lo com conceitos claramente orientados a esse propósito, algo que efetivamente ocorreu. As categorias decorrem do agrupamento de conceitos segundo afinidades temáticas. No artigo, identificam-se três: a primeira engloba conceitos capazes de evidenciar arcabouços éticos, ontológicos e epistêmicos alternativos para alcançar uma IA inclusiva; a segunda reúne conceitos que abordam estratégias de resistência e empoderamento comunitário; a terceira contempla aqueles que oferecem propostas destinadas a conceber e implementar uma IA decolonial. As subcategorias subdividem essas três categorias, e ambas foram construídas a partir de análise interpretativa, ao passo que os conceitos foram extraídos dos textos em sua literalidade. O artigo organiza-se com base nessa classificação categorial, e a sistematização dessa temática, hoje em processo de desenvolvimento e dotada de notável atualidade, constitui sua principal contribuição.

Referências

Abdilla, A. (2018). Beyond Imperial Tools: Future-proofing technology through indigenous governance and tradicional knowledge systems. En J. Harle, A. Abdila, y A. Newman (Eds.), Decolonising the dgital: Technology as cultural practice (pp. 67–81). Tactical Space Lab.

Abela, J. A. (2001). Las técnicas de análisis de contenido: una revisión actualizada. Centro de Estudios Andaluces.

Adams, R. (2021). Can artificial intelligence be decolonized? Interdisciplinary Science Reviews, 46(1–2), 176–197. https://doi.org/10.1080/03080188.2020.1840225

Anderson, R. (2007). Thematic content analysis (TCA): Descriptive presentation of qualitative data. Institute of Transpersonal Psychology.

Baudrillard, J. (1984). Simulacra and simulation. University of Michigan

Birhane, A., Isaac, W., Prabhakaran, V., Díaz, M., Elish, M. C., Gabriel, I. y Mohamed, S. (2022). Power to the people? Opportunities and challenges for participatory AI. Equity and Access in Algorithms, Mechanisms, and Optimization, (EAAMO ’22), 6. https://doi.org/10.1145/3551624.3555290

Bonaldo, R., y Pereira, A. C. B. (2023). Potential History: Reading Artificial Intelligence from Indigenous Knowledges. History and Theory, 62(1), 3–29. https://doi.org/10.1111/hith.12290

Couldry, N. y Mejias, U. A. (2018). Data Colonialism: Rethinking big data’s relation to the contemporary subject. Television & New Media, 0(0), 1–14. https://doi.org/10.1177/1527476418796632

Couldry, N. y Mejias, U. A. (2019). The costs of connection: How data is colonizing human life and appropriating it for capitalism. Stanford University Press.

Couldry, N. y Mejias, U. A. (2023). The decolonial turn in data and technology research: What is at stake and where is it heading? Information, Communication & Society, 26(4), 786–802. https://doi.org/10.1080/1369118X.2021.1986102

Gallamaso, J. D. (2024). Indigenous culture in the age of artificial intelligence: Challenges and moral responsibility. Ignatian International Journal for Multidisciplinary Research, 2(7), 824–837. https://doi.org/10.5281/zenodo.13105236

Humble, N. y Mozelius, P. (2022). Content analysis or thematic: Doctoral students’ perceptions of similarities and differences. Electronic Journal of Business Research Methods, 20(3), 89–98. https://doi.org/10.34190/ejbrm.20.3.2920

Kesserwan, K. (16 de febrero de 2018). How can Indigenous knowledge shape our view of AI? Policy Options. https://policyoptions.irpp.org/magazines/february-2018/how-can-indigenous-knowledge-shape-our-view-of-ai/

Kwet, M. (2019). Digital colonialism: US empire and the new imperialism in the Global South. Race & Class, 60(4), 3–26.

Lewis, J. E. (2023). Imagining indigenous AI. En S. Cave y K. Dihal (Eds.), Imagining AI: How the world sees intelligent machines (pp. 210–217). Oxford University Press.

Lewis, J. E., Arista, N., Pechawis, A. y Kite, S. (2018). Making kin with the machines. Journal of Design and Science, 3.5. https://doi.org/10.21428/bfafd97b

López Flores, L. M. (2022). Colonialidad algorítmica: racialización y sexualización mecanizada en el capitalismo digital. Teknokultura. Revista de Cultura Digital y Movimientos Sociales, 19(2), 231–239. https://doi.org/10.5209/tekn.78681

Love, H. R. y Corr, C. (2022). Integrating without quantitizing: Two examples of deductive analysis strategies within qualitatively driven mixed methods research. Journal of Mixed Methods Research, 16(1), 64–87. https://doi.org/10.1177/1558689821989833

Maitra, S. (2020). Artificial intelligence and indigenous perspectives: Protecting and empowering intelligent human beings. Proceedings of the AAAI/ACM Conference on AI, Ethics, and Society, AIES '20, 320–326. https://doi.org/10.1145/3375627.3375845

Mbembe, A. (2021). Out of the dark night: Essays on decolonization. Columbia University Press.

Mhlambi, S. y Tiribelli, S. (2023). Decolonizing AI ethics: Relational autonomy as a means to counter AI harms. Topoi, 42(3), 867–880. https://doi.org/10.1007/s11245-022-09874-2

Mignolo, W. D. (2000). Local histories/global designs: Coloniality, subaltern knowledges, and border thinking. Princeton University Press.

Mignolo, W. D. (2003). La colonialidad a lo largo y a lo ancho: el hemisferio occidental en el horizonte colonial de la modernidad. En E. Lander (Ed.), La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales, perspectivas latinoamericanas (pp. 35-55). CLACSO.

Mohamed, S., Png, M.-T. y Isaac, W. (2020). Decolonial AI: Decolonial theory as sociotechnical foresight in artificial intelligence. Philosophy & Technology, 33(4), 659–684. https://doi.org/10.1007/s13347-020-00405-8

Mollema, W. J. T. (2024). Decolonial AI as disenclosure. Open Journal of Social Sciences, 12(02), 574–603. https://doi.org/10.4236/jss.2024.122032

Muldoon, J. y Wu, B. A. (2023). Artificial Intelligence in the colonial matrix of power. Philosophy & Technology, 36(4), 80. https://doi.org/10.1007/s13347-023-00687-8

Nancy, J. L. (2011). La communauté désoeuvrée. Christian Bourgois éditeur.

Quijano, A. (2000). Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. CLACSO.

Quijano, A. (2007). Coloniality and modernity/rationality. Cultural Studies, 21(2–3), 168–178. https://doi.org/10.1080/09502380601164353

Ricaurte, P. (2019). Data epistemologies, coloniality of power, and resistance. Television & New Media, 20(4), 350–365. https://doi.org/10.1177/1527476419831640

Ricaurte, P. (2022). Ethics for the majority world: AI and the question of violence at scale. Media, Culture & Society, 44(4), 726–745. https://doi.org/10.1177/01634437221099612

Ricaurte, P. (2024). AI, ethics, and coloniality: A feminist critique. En M. Cebral Loureda, E. Ricón Flores y G. Sánchez Ante (Eds.), What AI can do. Strenthgs and Limitations of Artificial Intelligence (p. 459). CRC Press.

Robledo Maturana, R. (2023). Los condenados del algoritmo. Inteligencia artificial y cuerpos racializados latinoamericanos. Pléyade, 32, 130–159. https://doi.org/10.4067/S0719-36962023000200130

Vargas Mariño, A. F. (2023). Deus ex machina: inteligencia artificial frente a la pluralidad epistémica. Nómadas, 57, n57a5. https://doi.org/10.30578/nomadas.n57a5

Varon, J. y Peña, P. (2021). Artificial intelligence and consent: A feminist anti-colonial critique. Internet Policy Review, 10(4), 1–25.

Viveiros de Castro, E. y Fernandes, P. (2012). A indianidade é um projeto de futuro, não uma memória do passado: Entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Prisma Juridico, 10(2), 257–268. https://doi.org/10.5585/prismaj.v10i2.3311

Zuboff, S. (2019). The age of surveillance capitalism: The fight for a human future at the new frontier of power: Barack Obama’s Books of 2019. Profile Books.

Publicado

2025-12-19

Edição

Seção

Artículos

Como Citar

Correa Lucero, H. (2025). Rumo a uma IA decolonial: Marcos alternativos, resistências e propostas. Um estado da questão: Un estado de la cuestión. Hipertextos, 13(24), e106. https://doi.org/10.24215/23143924e106