Hegemonia digital dos Estados Unidos em disputa
tensões internas, pressões externas e uma liderança em crise
DOI:
https://doi.org/10.24215/23143924e109Palavras-chave:
capitalismo de plataformas, hegemonia digital, Estados Unidos, soberania tecnológicaResumo
Este artigo analisa os fundamentos políticos e econômicos da hegemonia digital dos Estados Unidos, com foco em sua consolidação histórica e nas tensões que enfrenta atualmente. A partir de uma perspectiva crítica da economia política, examina como o modelo de capitalismo de plataformas liderado pelas grandes empresas tecnológicas norte-americanas tornou-se um vetor central de poder econômico, simbólico e normativo, articulando interesses públicos e privados em torno do complexo tecnoindustrial nacional. O estudo identifica uma crise relativa dessa hegemonia, impulsionada por três fatores principais: pressões externas provenientes de processos regulatórios em outros países, especialmente na Europa; a ascensão tecnológica da China como concorrente sistêmico; e uma crescente perda de legitimidade interna, expressa em processos judiciais, propostas legislativas e uma opinião pública mais crítica. Através da análise de indicadores econômicos, comerciais e tecnológicos, o artigo argumenta que o poder das Big Tech está sendo contestado tanto externamente quanto internamente, inclusive pelo próprio Estado norte-americano. Conclui-se que essa contradição coloca o governo dos EUA diante de um dilema estratégico: limitar o poder de suas empresas digitais sem enfraquecer seu papel na projeção geopolítica. Diante desse cenário, o artigo levanta um questionamento aberto sobre os possíveis caminhos de resolução e destaca que a crise de legitimidade da hegemonia digital abre uma janela de oportunidade para retomar discussões sobre soberania tecnológica, especialmente a partir dos países da periferia do sistema global.
Referências
Alves, G. (2020). A crise estrutural do capitalismo global: o capital diante de seus limites no século XXI. En A. A. S. de Sousa, A. C. O. de Oliveira y L. B. da Silva (Orgs.), Trabalho e os limites do capitalismo: novas facetas do neoliberalismo (pp. 49–66). Navegando Publicações.
Becerra, M. y Waisbord, S. (2024). Soberanía y nacionalismo en entornos digitales: la llamativa ausencia de América Latina en el debate mundial. Signo y Pensamiento, 43. https://doi.org/10.11144/Javeriana.syp43.sned
Bilic, P., Prug, T. y Zitko, M. (2021). The political economy of digital monopolies: Contradictions and alternatives to data commodification. Bristol University Press.
Bolaño, C. (2013). Industria cultural, información y capitalismo. (1ª ed.). Gedisa.
Bolaño, C. R., Barreto, H. M. do R. y Rivero, E. A. (2025). Regulação de plataformas e soberania digital. Liinc em Revista, 21(1), e7530. https://doi.org/10.18617/liinc.v21i1.7530
Bolaño, C. R., Martins, H. y Valente, J. (2022). Para a análise teórico-metodológica das plataformas digitais como estruturas de mediação a partir da Economia Política da Comunicação. Avatares de la Comunicación y la Cultura, 24. https://doi.org/10.62174/avatares.2022.7615
Bonnamy, C. y Perarnaud, C. (2024). Introduction. EU Digital Policies and Politics: Unpacking the European Approach to Regulate the “Digital”. Politique Européenne, 81(3), 8–27.
Bradford, A. (2020). The Brussels effect: How the European Union rules the world. Oxford University Press.
Bradford, A. (2024). Imperios digitales. La batalla global por la tecnología que marcará la geopolítica del futuro. Shackleton Books.
Cant, C. (2020). Riding for Deliveroo: Resistance in the new economy. Polity Press.
Caisilli, A., Tubaro, P., Le Ludec, C. y Wahal, E. (2019). En la trastienda de la inteligencia artificial. Una investigación sobre las plataformas de micro-trabajo en Francia. Arxius de Ciències Socials, 41, 85–108.
Cancela, E. (2023). Utopías digitales. Imaginar el fin del capitalismo. Verso.
Chesnais, F. (1996). A mundialização do capital. Xamã.
Cófreces, J. (2024). Capitalismo de plataformas y neoliberalismo: reconstrucción de una alianza socio-técnica. Hipertextos, 12(21), e080. https://doi.org/10.24215/23143924e080
Couldry, N. y Mejias, U. (2019). The costs of connection: How data is colonizing human life and appropriating it for capitalism. Stanford University Press.
Flew, T. (2021). Regulating platforms. (1ª. ed.). Polity.
Flew, T., Martin, F. y Suzor, N. (2019). Internet regulation as media policy: Rethinking the question of digital communication platform governance. Journal of Digital Media and Policy, 10(1), 33–50.
Girado, G. (2021). Un mundo made in China: la larga marcha hacia la creación de un nuevo orden global. Capital Intelectual.
Jia, K. y Kenney, M. (2022). The Chinese platform business group: An alternative to the Silicon Valley model? Journal of Chinese Governance, 7(1), 58–80.
Jia, L. y Nieborg, D. (2022). Analyzing Chinese platform power: Infrastructure, finance and geopolitics. En R. Hoyng, G. Chong y L. Pak (Eds.), Critiquing innovation: New media in a multipolar world (pp. 1–28). Michigan State University Press.
Khan, L. M. (2017). Amazon’s antitrust paradox. The Yale Law Journal, 126(3), 710–805. https://www.yalelawjournal.org/note/amazons-antitrust-paradox
Khan, L. M. (2018). The ideological roots of America’s market power problem. The Yale Law Journal Forum, 127, 960–979. https://www.yalelawjournal.org/forum/the-ideological-roots-of-americas-market-power-problem
Lessig, L. (1998). Laws of cyberspace [Conferencia]. Taiwan NET 98. Taipei, Taiwan.
Mandel, E. (1979). El capitalismo tardío. Ediciones ERA.
Martins, H. (2025). La gobernanza económica de las plataformas digitales en la Unión Europea [Informe de investigación posdoctoral]. Obscom. https://obscomplataformas.com.br/relatorios
Ministerio da Fazenda. (2024). Plataformas digitais, concorrência e regulação: uma análise da experiência comparada. Secretaria de Reformas Econômicas.
Mueller, M. L. (2015). Hyper-transparency and social control: Social media as magnets for regulation. Telecommunications Policy, 39(9), 804–810. https://doi.org/10.1016/j.telpol.2015.05.001
Nieminen, H., Padovani, C. y Sousa, H. (2023). Why has the EU been late in regulating social media platforms? Javnost – The Public, 30(2), 174–196.
Noam, E. (2009). Media ownership and concentration in America. Oxford University Press.
Radetich Filinich, N. (2022). Cappitalismo. La uberización del trabajo. Siglo XXI Editores.
Radetich Filinich, N. (2023). La smartphonización de la vida social. Cuestiones de Sociología, 27, 1–18. https://doi.org/10.24215/23468904e148
Schaake, M. (2024). The tech coup: How to save democracy from Silicon Valley. Princeton University Press.
Scholz, T. (2013). Digital labor. The internet as playground and factory. Routledge.
Scholz, T. (2016). Cooperativismo de plataforma. Desafiando la economía colaborativa corporativa. Digital Communs Research Group.
Scholz, T. (2017). Uberworked and Uberpaid. How workers are disrupting the digital economy. Polity Press.
Srnicek, N. (2018). Capitalismo de plataformas. (1ª ed.). Caja Negra.
Statista. (2019). China, mayor productor del mundo de minerales raros. https://es.statista.com/grafico/18296/produccion-mineral-de-tierras-raras/
Sykes, J. B. (2021). The big tech antitrust bills. Congressional Research Service, R46875. https://crsreports.congress.gov/product/pdf/R/R46875/3
Valente, J. (2019). Tecnologia, informação e poder: das plataformas online aos monopólios digitais [Tesis de doctorado, Universidade de Brasília]. https://repositorio.unb.br/handle/10482/36948
Van Dijck, J. (2022). Ver a floresta por suas árvores: visualizando plataformização e sua governança. Matrizes, 16(2), 21–44.
Williams, R. (2011). Televisión. Tecnología y forma cultural. (Trad. A. Bixio). Paidós. (Trabajo original publicado en 1974).
Winseck, D. (2019). Internet infrastructure and the persistent myth of U.S. hegemony. En B. Haggart, K. Henne y N. Tusikov (Eds.), Information, technology and control in a changing world (pp. 93–120). Palgrave Macmillan. https://doi.org/10.1007/978-3-030-14540-8_5
Wu, T. (2018). The curse of bigness: Antitrust in the new gilded age. Columbia Global Reports. https://scholarship.law.columbia.edu/books/63/
Zuboff, S. (2025). ¿Capitalismo de vigilancia o democracia? Una lucha a todo o nada en la era de la información. UNSAM Edita.
Zukerfeld, M. (2010). De niveles, regulaciones capitalistas y cables submarinos: Una introducción a la arquitectura política de Internet. VIRTUalis, 1, 5–21.
Zukerfeld, M. (2014). Todo lo que usted quiso saber sobre Internet pero nunca se atrevió a googlear. Hipertextos, 1(2), 64–103.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

















